29.7.10

Números ao pó

Os segredos dos números de minha mente me levam a crer que estou ficando cada vez mais velha, mas isso e inevitável.Números que revelam cada segundo, minutos e intermináveis horas de minha vida , números que revelam cada dia de esperança e pó de minha existência. Números que escondem todas as minhas lágrimas e feridas adquiridas por pura vaidade. Números marcados em cada linha inexpressiva do meu rosto, números totalmente extravasantes e habitantes de meu corpo, se deixam revelar em meus cabelos brancos.Números que moram em meus graus de miopia, nas curvas esquecidas de meu corpo, em cada calo destes pés cansados de caminhar por caminhos cheios de pedras. Números que se atrevem a morar nas minhas velhas vestes sujas de barro. E eu fico com meus números, entregue a minha tristeza incalculável, esperando enfim, a minha somatória final, e depois de serem somados, viraram pó, por que é exatamente esta a única certeza de nossas vidas: somos apenas pó de complexos números.

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